sábado, 9 de dezembro de 2017

RECOMENDAÇÕES PARA A VIDA DE UM PASTOR INCIPIENTE.

2 TIMÓTEO 2.1-7
            Todo bom pastor é incipiente, isto é, alguém que está iniciando, começando, aprendendo. Essa postura nos torna homens mais fortes e seguros em nossa trajetória de anunciar a Cristo como Senhor e Salvador.

            Tenho aprendido em minha incipiente caminhada, que nunca é tarde para ouvir e é sempre melhor ser tardio para falar, assim sendo, prefiro atirar no alvo e errar a atirar mirando o nada, e acertar.

            Em minha primeira clinica pastoral, ao esperar minha ovelha fragilizada me preparei com um cabedal de respostas prontas e preparadas. Mas, quando a ouvi percebi que o maior conselho que um pastor pode dar é: Andemos juntos com Cristo! Mas meus conselhos são insignificantes, vamos para a palavra teopneustos, pois é nela que encontramos o que de fato é melhor para nossos corações.

            Paulo inicia os ensinamentos de Timóteo o chamado de Filho e lhe dando um dos maiores ensinamentos para vida daquele homem e para nós pastores iniciantes e também servos de Deus.

1.    Portanto, você, meu filho, fortifique-se na graça que há em Cristo Jesus. 2Timóteo 2.1
Fortifique-se – no original grego temos o presente do imperativo que significa fortificar, revigorar, dar energia, adquiri força, ser forte. Portanto, temos aqui a ideia de fortalecimento sempre renovado, devido o uso do presente imperativo, que indica ação linear ou continua. Trata-se do fortalecimento do homem interior, a fim de que estejamos preparados para as lutas. E esse fortalecimento está engendrado na Graça a capacidade dando por Deus através de Cristo que nos anima, nos fortalece, nos impulsiona e nos transforma.
No que diz respeito ao momentoso tema “crescimento de igrejas”, um extremo fica por conta da “numerolatria”, a idolatria dos números, e o outro é a “numerofobia”, o medo dos números. O primeiro encara o crescimento como um fim em si mesmo, com muita adesão e pouca conversão, muito ajuntamento e pouco arrependimento. O segundo encara o crescimento quantitativo como rival do crescimento qualitativo.
Em nossos ministérios mesmo seduzidos por essas formas e cardápios de um evangelho pobre, precisamos lembrar das palavras de Paulo a Timóteo, fortifique-se na Graça, isto mantenha-se em Cristo e somente nele.

2.    E as coisas que me ouviu dizer na presença de muitas testemunhas, confie a homens fiéis que sejam também capazes de ensinar a outros. 2Timóteo 2.2
Eu sou seu exemplo Timóteo! Esse é o grito que está intrínseco nessas palavras do apóstolo em sua caminhada é preciosa que você se coloque nesta posição para seu rebanho. Colocando-se como exemplo de Cristo. E ainda mais – que não sejamos centralizadores, acumuladores, egocêntricos, isto é, tramitamos a outros o que Cristo fez em nós com a intensão de que esses homens e mulheres sejam também divulgadores das boas novas. Há pastores centralizadores, que estão com seus ministérios em ruínas, mas sua visão egocêntrica e não compartilhadora, tem tirados suas forças e os secando. Não permita se escravizar, mas exerça seu ministério com alegria e sem gemer.

3.    Suporte comigo os sofrimentos, como bom soldado de Cristo Jesus. 2Timóteo 2.3
Esse versículo esta separado em duas orações, sendo que, a primeira oração é um convite a dividir a dores. Não sofro sozinho, não tente currar suas feridas com suas próprias, se de o direito de ser cuidado. E do mais estou aqui amigo, divida seu sofrimento comigo! Assim, Paulo pedia a Timóteo. Um pastor sábio é aquele que nuca deixa de ser pastoreado, por Deus e por um outro pastor. A segunda oração que começar com uma pergunta.
Será que sabemos o que de fato é ser um soldado de Jesus? Vejo muitos crentes com a camisa verde oliva das forças armadas do Brasil, com os dizeres soldados de Cristo. Bonito! Mas de fato somos esses homens e mulheres. Vejamos algumas características.
3.1. Um bom soldado conhece o seu inimigo - Muitos cristãos não estão familiarizados com este inimigo. O soldado de Jesus Cristo deve conhecer as estratégias de Satanás, como ele nos tenta, e como ele faz para que caiamos e nos afastemos da fé. Portanto, o bom soldado de Jesus Cristo conhece o seu inimigo.
3.2. Um bom soldado prepara sua vida para o sofrimento – Todo soldado é preparado psicologicamente para sofre e até morrer. Seja forte e prepara-se para os sofrimentos.
3.3. Um bom soldado pensa somente na vitória – a sua batalha precisa lhe fortalecer para que no final da guerra você e seus companheiros de peleja sejam mais do que vencedores. O maior de todos os tempos Jesus Cristo disse: Tenha bom anino eu venci o mundo! Isto é, conheça teu inimigo, seus sofrimentos serão grandes, mas você eu somos mais do que vitoriosos.

4.    Nenhum soldado se deixa envolver pelos negócios da vida civil, já que deseja agradar aquele que o alistou. 2Timóteo 2.4
Em sua caminhada com Cristo não se apaixone pelos seus feitos, mas sim com a obra redentora de Cristo. Não espere aplausos deste mundo, não corra atrás de sucesso pessoal, aniquile-se, seja o seu Espirito o de Cristo. Deseje profundamente agradar a Deus Pai.

5.    Semelhantemente, nenhum atleta é coroado como vencedor, se não competir de acordo com as regras. 2Timóteo 2.5
Todo atleta em tudo se domina; aqueles para alcançar uma coroa corruptível; nós, porém, a incorruptível. 1Corintios 9.25
Bem, o que está intrínseco é: Seja um homem ético, correto honesta. Aqui não está ligado a qualidade ser pastor com a intenção de ser um homem correto em Cristo.

6.    O lavrador que trabalha arduamente deve ser o primeiro a participar dos frutos da colheita. 2 Timóteo 2.6
Paulo fecha suas ilustrações a primeira é um soldado dedicado, a segunda um atleta e por último o lavrador - Ao contrário do soldado e do atleta, a vida do agricultor é “totalmente desprovida de emoção, distante de toda fascinação decorrente do perigo e do aplauso”. Contudo, a primeira parte da colheita pertence ao lavrador que trabalha. É seu direito. A boa produção deve-se mais a seu esforço e perseverança do que a qualquer outro fator. É por isso mesmo que o preguiçoso jamais será um bom agricultor, como ressalta o livro de Provérbios.
Labute, batalhe, mesmo sem as honras de um soldado, sem a coroa da vitória de um atleta, no fim você colhera as primícias.

7.    Reflita no que estou dizendo, pois, o Senhor lhe dará entendimento em tudo. 2 Timóteo 2.7
A palavra grega inicial deste versículo é noei, que significa, meditar acerca de, portanto, Paulo queria que Timóteo estivesse pronto para receber instruções, ponderando corretamente sobre essas instruções. Se em algum momento de sua caminhada lhe faltar entendimento, pois sei que faltará, peça ao Onisciente Deus e Ele lhe ajudará.

terça-feira, 31 de outubro de 2017

SOLA SCRIPITURA


SOLA SCRIPITURA

2 TIMÓTEO 3.10-17
A não ser que eu esteja convencido pelo testemunho das Escrituras ou pela razão clara (pois não confio nem no papa ou em concílios por si sós, pois é bem sabido que eles frequentemente erraram e se contradisseram) sou obrigado pelas Escrituras que citei e minha consciência é prisioneira da palavra de Deus. Não posso e não irei renegar nada, pois não é nem seguro e nem correto agir contra a consciência. Que Deus me ajude. Amém.[1]
A sudoeste da Alemanha, no Estado da Renânia-Palatinado, situa-se a cidade de Worms, que é conhecida pela fabricação do vinho branco Liebfraumilch, por suas indústrias químicas e metalúrgicas e por ter sediado, em 28 de janeiro de 1521, uma assembleia, convocada pelo imperador Carlos V, que julgava Martinho Lutero por crimes cometidos contra a Igreja Católica: foi a chamada dieta de Worms.
A palavra dieta vem do latim díaita (modo de viver). Segundo o dicionário Michaelis, “dieta” tem dois significados: regime alimentício e assembleia política ou administrativa. Fiquemos com a segunda definição.
Lutero se salvou da pena de morte (veio a morrer em 1546 de morte natural), mas foi excomungado. Suas palavras contra a cobrança de indulgências (salvação) e à simonia[2] (vendas de artigos religiosos falsamente sagrados) abalaram os pilares da Igreja Católica, tornando-a mais humana e menos capciosa, e influenciaram no surgimento da Igreja Protestante. A mesma que, hoje, vende o óleo santo, obriga o dízimo e julga em vão.
O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar. (Mateus 24.35)
Em outras palavras,                                
Mas, esclareçamos. Como cristão reformado, quando eu uso a expressão Sola Scriptura não estou negando que a Palavra de Deus, a princípio, foi transmitida oralmente, antes de ser escriturada. Também não estou negando que Deus se revelou à humanidade na natureza, por meio das coisas criadas (revelação geral, embora não salvífica) e nem estou reduzindo a atividade do Espírito Santo nos crentes ao momento de leitura da Bíblia. Nem nego a necessidade de pastores, mestres e evangelistas. Eu também não estou dizendo que a Bíblia é sempre clara em todas as suas partes e menos ainda que ela é exaustiva.
Quando os cristãos reformados declaram “Sola Scriptura!” eles estão dizendo fundamentalmente que a palavra que Deus falou através dos séculos através de pessoas que ele escolheu e inspirou, na qual Ele se revelou e revelou sua vontade para seu povo, se encontra agora somente nas Escrituras Sagradas, e em nenhum outro lugar. Esta revelação escrita é suficientemente clara em matérias pertinentes à salvação e santificação do povo de Deus e suficiente para que se conheça a Deus e a sua vontade
Em outras palavras, Sola Scriptura significa que a única regra de fé e prática para os cristãos são as Escrituras Sagradas do Antigo e do Novo Testamento, pela simples razão de que elas, e somente elas, são inspiradas por Deus. A tradição oral, os pronunciamentos dos concílios e líderes religiosos e as opiniões de teólogos não são. Eles podem ser úteis em nossa compreensão das Escrituras e das origens do Cristianismo, bem como nas aplicações de seus princípios às questões de nossos dias, quando não contradizem as Escrituras. Contudo, nenhum deles é a base e o fundamento para minha fé e as minhas práticas. Assim, eu não tenho nenhum problema em aceitar uma tradição oral desde que se possa demonstrar que ela tem origem no ensino dos apóstolos. Da mesma forma, aceito os ensinos dos Pais da Igreja que comprovadamente estão de acordo com os escritos do Novo Testamento.
Da mesma maneira, “revelações” e “profecias” que pretendem adicionar alguma coisa à Escritura, ou que a contradizem, são, como disse Jeremias, meros sonhos e ilusões de profetas que não têm o Espírito de Deus (Jer 23:9-40), pois “o testemunho de Jesus é o espírito da profecia” (Ap 19.10).
É claro que não vamos encontrar o slogan Sola Scriptura na Bíblia, pelo menos não como uma frase ou declaração. Mas existem evidências claras o suficiente para aceitarmos que, ao dizer que sua consciência estava cativa somente à palavra de Deus, Lutero estava expressando um princípio amplamente exposto nas Escrituras. Para quem quiser depois consulta-los, acredito que os textos abaixo deixam claro que já há nas próprias Escrituras uma compreensão de que elas são inspiradas por Deus e que nelas Deus fala de maneira autoritativa e suficiente para seu povo:
Jo 5.24; Jo 20.30-31; 2Pe 1.20-21; 2Tm 3.14-17; 1Co 14.37-38; 1Ts 4.8; 2Ts 3.14; 2Pe 3.15-16; Sl 19.7-9; Is 8.19-20; Jo 10.35; Rm 15.4; Hb 4.12; Ap. 22.18-19.
Há outras, mas estas bastam para mostrar que: (1) há uma clara consciência do conceito de Escritura como sendo o meio pelo qual Deus fala; (2) as Escrituras são consideradas, portanto, como a autoridade final nas coisas concernentes a Deus e nossa relação com ele e com os outros; (3) que nenhuma outra fonte de autoridade pode ser colocada ao lado das Escrituras.
É em passagens assim que os cristãos reformados se baseiam para dizer que é somente nas Escrituras que Deus nos fala de maneira autoritativa e final. E portanto, nossa consciência está cativa somente a elas. Enfim, Sola Scriptura.



[1] Lutero na Assembleia de Worms.
[2] compra ou venda ilícita de coisas espirituais (como indulgências e sacramentos) ou temporais ligadas às espirituais (como os benefícios eclesiásticos).

quinta-feira, 14 de setembro de 2017

COMO VIVER FORA DE UMA BOLHA SOCIAL.


ROMANOS 12.1-2
É inegável a influência de redes sociais no cenário global atual, analisando desde comércio, publicidade, cultura, estilos de vida, liberdade, política e demais outros assuntos, fruto da globalização, e talvez umas das últimas etapas da globalização a causar tanto impacto mundialmente. Redes sociais como o Facebook, Twitter e Youtube apesar de oferecerem os seus serviços “gratuitamente”, são organizações que crescem exponencialmente nas bolsas de valores, mas como ganham dinheiro?
INFORMAÇÃO é o termo chave que define a rentabilidade de organizações desse setor, nossas informações, nossos dados estão a todo momento sendo analisados. Essas informações são filtradas, analisadas e catalogadas para nos proporcionar um serviço compatível com o gosto pessoal de cada um, isso auxilia as redes sociais a selecionar propagandas compatíveis com nossos interesses, amigos, grupo e etc. Esse é o preço que pagamos pelos serviços “gratuitos”. Nossos dados são utilizados para nos fazer sentir bem em um ambiente amigável, por exemplo, o Facebook nunca mostrará um anúncio sobre o VASCO se você torcer para o FLAMENGO.
Se você acha, avaliando pelo seu círculo social, que você detém de opiniões, gostos, aparências, culturas e estilos de vida parecidos com a maioria dos seus “amigos”, das redes sociais, e que talvez essa opinião seja a predominante em um largo cenário geopolítico, você está em uma bolha social.
Uma bolha social é o resultado da catalogação de suas informações, e interfere principalmente em opiniões pessoais, como acompanhamos através de movimentos políticos como o MBL (Movimento Brasil Livre) e o Jovens de Esquerda, movimentos culturais como Rock Wins e o Funk Wins, movimentos ideológicos, como as páginas Orgulho de ser hétero, Moça, não sou obrigada a ser feminista, Feminismo sem Demagogia e Cartazes e Tirinhas LGBT, dentre milhares outras, causam uma segmentação de público, inclusive em escala mundial. A bolha coloca o usuário em um ambiente perfeito para ele, sem os perigosos conteúdos que possam chocar a sua realidade e contradizer suas opiniões.
Vemos em território nacional, duas grandes categorias de bolhas que se chocam, a bolha política e a bolha ideológica (onde incluem-se as bolhas religiosas também).
A bolha política, na opinião do autor, é o maior exemplo de um estrago que uma rede social pode causar, isso mostra a força dessa ferramenta, pois foi capaz de segmentar, precisamente, os movimentos políticos em território nacional, como os usuários favoráveis à Direita Econômica e à Esquerda Econômica, aos Liberalistas e aos Autoritaristas, em algo que quase virou uma guerra política na época do Impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, e que perdura até hoje nessas questões, com ambos os lados achando “Detentores da razão” e da maioria.
Porém, nota-se também a capacidade de distorção dessas bolhas, onde insere-se tanta informação, que não se é possível distinguir a confiabilidade delas, como por exemplo, ainda em cenários políticos, as definições de Direita, Esquerda, Comunismo e Capitalismo estão sendo alvo de uma má interpretação por ambos os lados, algo que a página Prints de Analfabetos Políticos nos mostra muito bem.
Fato que nos leva a negligencia por falta de informação, ilustrada bem com a seguinte frase de autor anônimo: “se está na internet, então deve ser verdade”, onde observamos através de páginas como Fatos Desconhecidos a falta de importância que a autenticidade de uma notícia está sofrendo, onde publicam-se fatos sem nenhuma referência cientifica ou jornalística. Vivemos em uma polarização restritiva e dogmática, similar ao que uma religião faz, só que divertida.
Então, como sair da bolha?
Paulo em sua carta as Romanos deixa-nos alguns ensinamentos sobre esse assunto. No capítulo doze os versículos um e dois, o apóstolo, convida-nos a uma nova vida, um novo entendimento, uma nova maneira de pensar e agir.
Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. (Romanos 12.1)
Rogo-vos. Inicia assim sua fala. Essa palavra grega vem de uma raiz que significa “chamar ao lado para ajudar”. Jesus empregou uma palavra relacionada, com frequência traduzida por “consolar” em referência ao Espirito Santo. Paulo está chamando a atenção de seus leitores para uma necessidade diária de devoção a Deus, através de suas misericórdias, isto é, com auxilio divido e redentor de nosso Deus.
Que apresentemos o nosso corpo como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus. A palavra apresentar aqui colocada tem sua raiz no grego de “pôr à Disposição”. Não há mais morte sacrificial, não há mais sangue aspergido. Para aqueles em Cristo, a única adoração aceitável é oferecer a si mesmo completamente ao Senhor, Debaixo do controle de Deus, o corpo ainda não redimido do Cristão.
Assim, ao nos colocar à disposição, temo um culto racional, da palavra grega “lógica”. À luz de todas as riquezas espirituais que os cristãos desfrutam exclusivamente como o fruto das misericórdias de Deus, segue-se logicamente que eles devem a Deus a sua mais elevada forma de culto.
E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus. (Romanos 12.2)

Paulo preveniu os irmãos em Cristo, a serem prudentes no comportamento, pois o mundo foi descartado. Entretanto, nossa recusa em nos conformar com os valores desse mundo de ir muito além de comportamento e costumes; devem estar firmados em nossa mente. Deixe Deus transforma seu entendimento. Somente quando o Espirito Santo renova, reeduca e redireciona nossa mente somos verdadeiramente transformados.

sábado, 26 de agosto de 2017



Quem se agrega ao Noivo não pode deixar de congregar com a Noiva
A primeira vez que ouvi falar dos desigrejados fiquei um pouco confuso. De início, supus tratar-se dos sem-igreja. Afinal, há milhões de pessoas que ainda não foram alcançadas pelo Evangelho. É só abrir a cortina da janela 10 x 40, para visualizar povos, nações e tribos que suspiram por Deus. Em seguida, pensei num outro grupo: os sem-templo. Pois existem muitas comunidades cristãs, principalmente nas regiões ribeirinhas e nas caatingas, que lutam com dificuldades ingentes para construir seus locais de adoração.

Resolvi, então, aprofundar-me no assunto. Fui ao computador, acionei o Google, e digitei: desigrejados. Os sites vieram-me às dezenas. Até aquele dia, não sabia que os desigrejados já eram um fenômeno. Tive, porém, dificuldades para atinar-lhes com a origem. Onde surgiu essa gente? No Brasil? Ou, nos Estados Unidos? Como as informações eram desencontradas, achei por bem deixá-las de lado e concentrar-me no problema em si.

Descobri, depois de alguma pesquisa, que os desigrejados compõem um grupo enorme de evangélicos que, decepcionados com a igreja, alegam servir apenas a Cristo. Eles têm inclusive uma confissão de fé: “Jesus, sim; Igreja, não”. Lembrei-me, em seguida, de que em Corinto também havia um grupo de desigrejados. E eles diziam pertencer apenas a Cristo. Havia os que revelavam forte predileção por Cefas. Tinha os que se identificavam com Paulo. E também os que se empenhavam por Apolo. Mas devo dizer que o pior grupo era o dos que declaravam ser apenas de Cristo. 

Um verbo fatal
Ainda um pouco aturdido, recorri aos dicionários para ver se o verbo desigrejar já havia sido registrado. Em nenhum dos léxicos o encontrei. Mas vim a concluir o óbvio: embora não haja sido lexicografado, vem sendo conjugado em todas as vozes e modos. Pelo menos é o que revela o último censo do IBGE. Suponhamos, porém, houvesse o verbo desigrejar. Seria ele transitivo? Ou intransitivo? Precisaria de um verbo auxiliar para emprestar-lhe algum significado? Como não sou linguista, não posso dar-me ao luxo de discutir semelhante questão. Para mim, o desigrejado, se algum sentido tinha, perdeu-o nalgum trecho de sua jornada.

Se a partir desse fenômeno um substantivo foi criado, acho possível também arranjar-lhe alguns sinônimos. Pensei nestes: desrebanhados, despastorados, desmembrados e, finalmente, descristianizados. No momento, não me ocorrem outros. Nos meus tempos de criança, o desigrejado era conhecido por um único epíteto: desviado. O meigo Jesus diria tratar-se de um filho pródigo. Mas tanto o desviado como o pródigo anseiam por voltar à casa paterna. Os desigrejados, não; eles são a sua própria igreja. Talvez até já possuam uma ata com os termos de sua fundação.

Rosto bonito, corpo feio
Como reagiria você se alguém lhe declarasse: “Acho o seu rosto lindo, mas o seu corpo é muito feio”. Tal assertiva seria tida como deseducada e ofensiva. Mas é o que muitos crentes estão dizendo a Jesus. Sim, isso acontece todas as vezes que um desigrejado profere o seu credo: “Cristo, sim; Igreja, não”. Não é Jesus a cabeça da Igreja? E não é a Igreja o seu corpo místico? Então, como posso achar-lhe bonita a cabeça e feio o corpo?

Usemos outra metáfora. Como você se sentiria, se um amigo lhe confidenciasse: “Gosto muito de você. Porém, não lhe aturo a esposa”. Se formos aos escritos paulinos, descobriremos que a Igreja é a esposa do Cordeiro. E que, por ela, entregou-se o Senhor à mais horrenda das mortes. Logo, não podemos repugnar-lhe o corpo, nem repulsar-lhe a esposa.
A Igreja é o grande projeto de Deus, pois através dela expande-se o Reino dos Céus até aos confins da terra.

Eu preciso da Igreja
Não consigo passar sem a Igreja. Descobri que necessito mais dela do que ela de mim. Se não vou ao culto, segrego-me. Ilho-me e distancio-me. Logo, concluo: a Igreja, embora não me salve, é-me necessária à salvação; dela advém-me os meios da graça.
Não vá pensar que me guio pela cartilha de Cipriano. Pelo ano 250, escreveu o celebrado doutor de Cartago: “Fora da Igreja não há salvação”. Mais adiante, arremata: “Ninguém pode ter a Deus como Pai, se não tiver a Igreja como mãe”. Não quero radicalizar-me, pois em teologia todo extremismo acaba por puxar outro extremismo. Entretanto, ouso acrescentar: “Lugar de salvo é na casa do Pai e lugar de filho obediente é junto à 'mãe'”.

Sei muito bem que nem todos os que estão na igreja são Igreja. Todavia, os que são Igreja estão nalguma igreja. A conclusão é mais do que óbvia: na igreja, está a Igreja. E isso para mim basta. Assim como em Israel estava o Israel de Deus, o mesmo ocorre com a Igreja. Mas, o que fazia o Israel verdadeiro? Abandonava o Israel institucional? O remanescente fiel sabia que estar entre os pagãos era pior do que permanecer entre os nominais. Por isso, os santos perseveravam através de seu testemunho e confissão.

Na esposa do Cordeiro, vemos às vezes alguma ruga. Esse sulco, porém, pode ser eu. Ou, então, você. Mas, nem por isso, o Senhor deixa de apreciar-lhe a beleza. Esposo amante que é, tira-lhe todos os franzidos através da ação do Espírito Santo. E, assim, você e eu somos adornados para o dia de nossa plena redenção. Se a Igreja é imperfeita, eu sou a sua imperfeição. Por isso, não arredo pé de seus átrios, pois ela conduz-me, através dos instrumentos da graça, à perfeição em Cristo.

Creio na comunhão dos santos
No Credo dos Apóstolos, redigido por volta do segundo século, há uma cláusula que me chama a atenção por sua simplicidade e beleza: “Creio na comunhão dos santos”. Oriunda do vocábulo grego koinonia, a palavra “comunhão” denota, entre outras coisas, companheirismo. Ora, se a palavra “companheiro” significa etimologicamente “aquele que come pão junto”, não posso deixar de evocar esta emblemática passagem de Atos:

“E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações. Em cada alma havia temor; e muitos prodígios e sinais eram feitos por intermédio dos apóstolos. Todos os que creram estavam juntos e tinham tudo em comum. Vendiam as suas propriedades e bens, distribuindo o produto entre todos, à medida que alguém tinha necessidade. Diariamente perseveravam unânimes no templo, partiam pão de casa em casa e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus e contando com a simpatia de todo o povo. Enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos” (At 2.42-47).

Na leitura desse texto, conclui-se imediatamente: na Igreja Apostólica, não havia desigrejados; existia comunhão perfeita. Portanto, observemos a recomendação do autor sagrado aos que se iam desigrejando: “Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns; antes, façamos admoestações e tanto mais quanto vedes que o Dia se aproxima” (Hb 10.25).

Por conseguinte, quem se agrega ao Noivo, não pode deixar de congregar com a Noiva.

segunda-feira, 24 de julho de 2017

CONVIVENDO COM AS DIFERENÇAS

ROMANOS 12.3-8
O que você entende por UNIDADE?
Nesses dias, vamos aprender um pouco sobre essa palavra, que temos ouvido tanto na Igreja, ultimamente.
Os Dicionários dizem que UNIDADE é: Concordância de vontades, Uniformidade.
Vamos compreender melhor isso?
Unidade é conseguirmos trabalhar juntos em alguma coisa, mesmos que nossas vontades seja diferentes. Ou, ainda, podemos dizer que é juntarmos as nossas forças para fazermos alguma coisa, mesmo que não gostemos muito do que tem que ser feito, mas, se é preciso, vamos fazer. Deu pra entender?
  • Por exemplo: A casa está uma bagunça. Tem roupa suja no banheiro, louça na pia, etc. Mas a mamãe disse que a casa precisa ser limpa e ela não tem muito tempo. Então, ela chama você e seus irmãos e distribui as tarefas; cada um fará uma coisa. A casa precisa ser limpa e, todos juntos, cada um fazendo uma parte, vão trabalhar para um objetivo comum: uma casa limpa. Mesmo que você não goste de lavar louça, sua irmã não goste de lavar o banheiro, seu pai não goste de limpar o fogão, nem sua mãe de lavar as calçadas, todos juntos estão concordando para um bem maior: a casa limpa. Isso é Unidade.
            O Princípio da Unidade diz que, embora sejamos diferentes, devemos compreender que fazemos parte do Corpo de Cristo, e precisamos aprender a conviver uns com os outros, respeitando o jeito de ser de cada um e que, na hora que precisar, devemos estar prontos a ajudar, socorrer e trabalhar juntos para o benefício de todos. O problema decorrente é que muitos de nós estamos vivendo o antônimo de unidade, que é desarmonia, isto é, falta de afinação. Um grupo que todos tocam a canção preferida.
            O autor de Romanos me ajuda em algumas colocações e entendimento de nossa visão em mundo onde as diferenças estão muito gritantes.

                                                                NÃO PENSE ALTO DE MAIS

“Porque, pela graça que me é dada, digo a cada um dentre vós que não saiba mais do que convém saber," (Romanos 12.3a).

            O autor de Romanos começa uma idéia muito interessante sobre unidade, quando discorre sobre esse versículo, ao dizer que não pensemos alto de mais, é uma palavra grega que significa - ὑπερφρονέω – Yperphroneo. Quando de falto penso que sou mais alto não no sentido de estatura, mas no sentido egocêntrico. Não há unidade quando penso que sou melhor que outro, ou maior. A unidade só acontece quando o que sei e penso é colocado em pratica para o desenvolvimento do todo
            Exemplo: the Game of thorne – john snow conseguiu juntas todo o reino do norte novamente mais os selvagem, pois os vagantes brancos é o perigo eminente. Logo, nesta circunstância não há maior e nem menor existe uma causa comum a todos.
            Cristo nunca se fez maior, mesmo podendo, mesmo sendo Deus, mesmo sendo quem é, fez-se menor para que crescêssemos. E com ele formamos uma unidade com o Pai. Deixe de pensar que é grande, mais use sua grandeza para ajudar o todo.

                                                            FREIE SEUS PRÓPRIOS IMPULSOS 
“mas que saiba com temperança, conforme a medida da fé que Deus repartiu a cada um." (Romanos12.3b)

            Neste mesmo versículo ele coloca uma segunda palavra que faz parte da unidade, moderação – que no grego siginifica freiar os próprios impulsos e desejos, isto é, ter uma mente sã, ser uma pessoa capaz de respirar, contar não até dez, mas até mil se for necessário.
            Sem perceber, a sociedade moderna – consumista, rápida e estressante – alterou algo que deveria ser inviolável: o ritmo de construção de pensamentos. Isso gerou consequências seríssimas para a saúde emocional, o prazer de viver, o desenvolvimento da inteligência, a criatividade e a sustentabilidade das relações sociais.
Traduzido como SPA (síndrome do pensamento acelerado) segundo pesquisas, atinge mais de 80% dos indivíduos de todas as idades e ofícios: crianças, pais, professores, alunos, entre outros.
Outra estatística alarmante, divulgada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), é que 1,4 bilhões de pessoas (20% da população mundial), cedo ou tarde, desenvolverão depressão. Estudos da OMS junto com a Unicef “revelam que pelo menos 90% dos adolescentes que se matam têm algum tipo de problema mental. Eles variam da depressão - a principal causa para suicídios neste grupo - e passam por ansiedade, violência ou vício em drogas”. As estatísticas de suicídio entre jovens só perdem para os acidentes de trânsito envolvendo os mesmos. O que sugere, sem sobra de dúvidas, a necessidade e relevância de desenvolvermos habilidades de gestão das emoções.
Mas como vence? Acretido que há casos que a necessidade de medicamente é importante, mas em outor, a moderação, a pratica de se fazer uma coisa de cada vez, não querer que outro faça tudo no seu tempo, exercícios fiscos, habito de uma boa leitura, bons amigos e etc..
Jesus nós ensinou que tudo tem seu tempo, e que nada esta fora do controle de Deus, sendo assim, não se coloque no lugar de Deus com o desejo de saber de tudo, puxe o freio de sua vida. Porque assim como em um corpo temos muitos membros, e nem todos os membros têm a mesma operação,(Romanos 12.4)
Não adianta pisar no acelerador se sua função é olhar no retrocisor, não adianta reclamar do vento se não sua função levantar o vidro. Apenas entenda e colobaore para que todas as funções sejam cumpridas com eficácia.

                                                                          FAÇA TUDO COM ALEGRIA
“assim nós, que somos muitos, somos um só corpo em Cristo, mas individualmente somos membros uns dos outros.  De modo que, tendo diferentes dons, segundo a graça que nos é dada: se é profecia,  seja ela segundo a medida da fé;  se é ministério, seja em ministrar; se é ensinar, haja dedicação ao ensino;  ou o que exorta, use esse dom em exortar; o que reparte, faça-o com liberalidade; o que preside, com cuidado; o que exercita misericórdia, com alegria. " (Romanos 12.5-8,)

Em Atos dos Apóstolos capítulo oito, o evangelho ia sendo espalhado sobre a face da terra, tudo que filipe dizia a multidão prestava atenção, havia muitos milagres, todas sabiam o que precisava fazer e no versículo oito diz que – E havia grande alegria naquela cidade. (Atos 8.8).

A alegria precisa ser o combustível de seu ministério, somente ela te proporciona mais energia para continuar, o sorriso, a satisfação em servi precisa ser pungente em seu coração. Temos diferentes dons e é eles que nos demonstram a ação de Cristo em nossas vidas, mas a alegria se dá, quando estes dons são colocados para o objetivo comum, o Serviço do Reino.

sexta-feira, 7 de julho de 2017

TRANSFORME SUA FAMÍLIA EM UMA “FAMIQUIPE”


GÊNESIS 6.13-21
            A família hoje tem sido atacada por todos os lados, ideologia de gêneros, a desqualificação da família inicial e acima de tudo o distanciamento interno do lar. Esses problemas também são levados à igreja. Essa divisão também começa a alcançar o ambiente eclesiológico. O que veremos agora é o trabalho de uma equipe, ou melhor, uma “FAMIQUIPE”. UM grupo de pessoas que se ama, com suas diferenças, mas com um alvo único, atender a voz de Deus.

1.     A UNIÃO É MAIOR QUE OS INTERESSES PESSOAIS
Então disse Deus a Noé: O fim de toda a carne é vindo perante a minha face; porque a terra está cheia de violência; e eis que os desfarei com a terra.
Faze para ti uma arca da madeira de gofer[1]; farás compartimentos na arca e a betumarás por dentro e por fora com betume.
E desta maneira a farás: De trezentos côvados o comprimento da arca, e de cinqüenta côvados a sua largura, e de trinta côvados a sua altura.
Farás na arca uma janela, e de um côvado a acabarás em cima; e a porta da arca porás ao seu lado; far-lhe-ás andares, baixo, segundo e terceiro. (Gênesis 6.13-16)
A família de Noé trabalhou junta antes do dilúvio, para construir a Arca e também depois, já dentro da arca para a manutenção da mesma. A unidade de todos era essencial para sua sobrevivência. Se um erro acontecesse, um buraco fosse deixado... Poderia ser fatal. Por isso confiaram um no outro e juntos fizeram o trabalho duro de construir um barco nunca antes visto esperando uma chuva que ainda não tinha vindo (Gênesis 2.5,6). Mas “se uma casa estiver dividida contra si mesma, também não poderá subsistir” (Marcos 3.25). Por isso é preciso estar em união para juntos salvar a família. Muitas famílias só se reúnem em momentos de festa ou pior, em velórios, quando não tem alternativa e todos precisam se encontrar. Isso é muito triste. Precisamos promover momentos de unidade na família, não esperar apenas momentos obrigatórios.
2.     A PCIÊNCIA É A MAIOR VIRTUDE DE UMA FAMÍLIA
Porque eis que eu trago um dilúvio de águas sobre a terra, para desfazer toda a carne em que há espírito de vida debaixo dos céus; tudo o que há na terra expirará.
Mas contigo estabelecerei a minha aliança; e entrarás na arca, tu e os teus filhos, tua mulher e as mulheres de teus filhos contigo. (Gênesis 6.17-18)
A arca demorou muitos anos para ser construída, embora não sabemos precisamente quanto tempo, mas provavelmente foram décadas. Deus avisou Noé que destruiria o mundo e quando estava com quinhentos anos teve seus três filhos (Gênesis 5.32), que já eram casados quando começaram a construir a arca (Gênesis 6.18). Noé estava com seiscentos anos quando entrou na arca e aconteceu o dilúvio (Gênesis 7.6). Então se passou um período de mais de cem anos entre o chamado e a entrada na arca.
Ao todo Noé e sua família ficaram um ano e dez dias dentro da arca (Gênesis 7.10-11 e 8.14-16).
Às vezes queremos que tudo aconteça de uma vez em nossa família e não estamos dispostos a esperar o tempo de Deus – Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu. (Eclesiastes 3:1). Passamos anos arrumando problemas e queremos que sejam resolvidos num momento apenas. A pessoa impaciente não sabe esperar os outros, mas quer que todos o esperem. Por isso precisamos aprender a esperar no Senhor – Esperei com paciência no SENHOR, e ele se inclinou para mim, e ouviu o meu clamor. (Salmos 40.1) e buscar o fruto do Espírito para esperar com mansidão e paciência – Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. Contra essas coisas não há lei. (Gálatas 5.22-23)

3.     CRIATIVIDAE PARA VENCER A CRISE
Faça entrar na arca um casal de cada um dos seres vivos, macho e fêmea, para conservá-los vivos com você.
De cada espécie de ave, de cada espécie de animal grande e de cada espécie de animal pequeno que se move rente ao chão virá um casal a você para que sejam conservados vivos.
E armazene todo tipo de alimento, para que você e eles tenham mantimento". (Gênesis 6.19-21).
Uma curiosidade sobre a família de Noé foi que tudo era muito novo para eles e mesmo assim não estranharam, nem se deixaram abalar. Tiveram que aprender muitas coisas que nunca tinham feito antes. O tempo todo confiaram em Deus e obedeceram às suas ordens. A rotina da família de Noé foi mudada priorizando a construção da arca.
Quando estavam dentro da arca, a rotina era outra. O balanço do barco carregado pelas águas, provavelmente causou mal-estar em todos, até em animais até se acostumarem. Tinham que alimentar animais e fazer comida para si (Gênesis 6.21). Criaram formas de acender fogo, sem deixar incendiar o barco que era de madeira rejuntado com betume que é inflamável (Gênesis 6.14). Também tiveram que se acostumar com o cheiro dos animais dentro do barco e não descuidar da higiene.
Em momentos difíceis como esses que precisamos usar nossa criatividade e fazer tudo que Deus nos mandar – Foi assim que a família de Noé prosperou e meio a tantas dificuldades.




[1] A madeira que foi feito a ARCA, mas ninguém sabe o nome real da madeira usada.

segunda-feira, 15 de maio de 2017

MALDIÇÃO HEREDITÁRIA, VERDADE OU MENTIRA?



Uma das distorções doutrinárias mais difundidas entre o povo de Deus ultimamente é o ensino das “maldições hereditárias”, conhecido também como “maldição de família” ou “pecado de geração”. Estes conceitos circulam bastante através da televisão, rádio, literatura e seminários nas igrejas. Muitos líderes, ministérios e igrejas, antes sólidos e confiáveis, acabaram sucumbindo a mais esse ensino controvertido e importado dos Estados Unidos.
Os pregadores da maldição afirmam que se alguém tem algum problema relacionado com alcoolismo, pornografia, depressão, adultério, nervosismo, divórcio, diabete, câncer e muitos outros, é porque algum antepassado viveu aquela situação ou praticou aquele pecado e transmitiu tal pecado ou maldição a um descendente. A pessoa deve então orar a Deus a fim de que lhe seja revelado qual é a geração no passado que o está afetando. Uma vez que se saiba qual, pede-se perdão por aquele antepassado ou pela geração revelada e o problema estará resolvido, isto é, estará desfeita a maldição.
Marilyn Hickey, autora norte-americana e que já esteve várias vezes no Brasil em conferências da Adhonep (Associação de Homens de Negócios do Evangelho Pleno), promove constantemente este ensino. Note suas palavras:
Se você ou algum de seus ancestrais deu lugar ao diabo, sua família poderá estar sob a “Maldição Hereditária”, e esta se transmitirá a seus filhos. Não permita que sua descendência seja atingida pelo diabo através das maldições de geração. Os pecados dos pais podem passar de uma a outra geração, e assim consecutivamente. Há na sua família casos de câncer, pobreza, alcoolismo, alergia, doenças do coração, perturbações mentais e emocionais, abusos sexuais, obesidade, adultério’? Estas são algumas das características que fazem parte da maldição hereditária nas famílias. Contudo, elas podem ser quebradas!
Um dos textos bíblicos mais usados pelos pregadores da maldição hereditária para defender este ensino é Êxodo 20:4-6: “Não farás para ti imagem de escultura, nem semelhança alguma do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não as adorarás, nem lhes darás culto; porque eu sou o SENHOR teu Deus, Deus zeloso, que visito a iniquidade dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem, e faço misericórdia até mil gerações daqueles que me amam e guardam os meus mandamentos”.
É preciso que se leve em consideração o assunto do texto aqui citado. De que trata, afinal, tal passagem? Alcoolismo, pornografia, depressão, ou problemas do gênero? É óbvio que não. O texto fala de idolatria e não oferece qualquer base para alguém afirmar que herdamos maldições espirituais de nossos antepassados em qualquer área das dificuldades humanas.
A narrativa do Antigo Testamento nos informa que sempre que a nação de Israel esteve num relacionamento de amor com Deus, ela não podia ser amaldiçoada. Vemos a prova disso em Números 23:7, 8, quando Balaque pediu a Balaão que amaldiçoasse a Israel. A resposta de Balaão aparece no versículo 23: “Pois contra Jacó não vale encantamento, nem adivinhação contra Israel”. Por outro lado, sempre que a nação quebrou a aliança de amor com Deus, ela ficou exposta a maldição, calamidades e cativeiro.
É verdade que os filhos que repetem os pecados de seus pais têm toda a possibilidade de colher o que seus pais colheram. Os pais que vivem no alcoolismo têm grande possibilidade de ter filhos alcoolatras. Os que vivem blasfemando, ou na imoralidade e vícios, estão estabelecendo um padrão de comportamento que, com grande probabilidade, será segui­do por seus filhos, pois “aquilo que o homem semear, isso também ceifará” (Gl 6:7). Isso poderá suceder até que uma geração se arrependa, volte-se para Deus e entre num relacionamento de amor com ele através de Jesus Cristo. Cessou aí toda a maldição. Não deve ser esquecido também que o autor da maldição ou punição é Deus e que ela é a manifestação da sua ira. Note que no final do versículo cinco do capítulo vinte de Êxodo, a Palavra de Deus declara que a maldição viria apenas sobre aqueles que aborrecem a Deus, algo que não se passa com o cristão
A Bíblia ensina uma responsabilidade individual pelo pecado, como pode ser observado no livro do profeta Ezequiel:
“Veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo: Que tendes vós, vós que, acerca da terra de Israel, proferis este provérbio, dizendo: Os pais comeram uvas verdes, e os dentes dos filhos é que se embotaram? Tão certo como eu vivo, diz o SENHOR Deus, jamais direis este provérbio em Israel. Eis que todas as almas são minhas; como a alma do pai, também a alma do filho é minha; a alma que pecar, essa morrerá” (Ez 18:1-4). Seria o mesmo que afirmar nos dias atuais: os pais comeram chocolate e os dentes dos filhos criaram carie.
O capítulo 18 de Ezequiel dá a entender que havia se tornado um costume em Israel colocar a culpa dos fracassos pessoais nos antepassados ou em outros. Isso faz lembrar o que aconteceu no jardim do Éden, quando, por ocasião da Queda, o homem colocou a culpa na mulher e a mulher na serpente. Parece ser próprio do ser humano não admitir seus erros, buscando evasivas para não tratá-los de forma responsável à luz da Palavra de Deus. Infelizmente, alguns acham mais fácil culpar os antepassados do que enfrentar suas tentações.
O ensino da maldição de família mais escraviza do que liberta. Até crentes que há vários anos viviam alegres, evangelizando, servindo ao Senhor e dando frutos, agora estão preocupados, deprimidos, pensando que talvez as tentações, as dificuldades e lutas pelas quais estão passando sejam de fato reflexo de pecados ou do comportamento dos seus ancestrais.
“Não faz muito tempo, numa grande igreja pentecostal, um diácono, que havia participado de um desses seminários para quebra de maldições hereditárias, me procurou para aconselhamento. Tal irmão encontrava-se confuso e deprimido com as informações que recebera e queria saber o que a Bíblia tinha a dizer sobre tudo isso. Depois de uns dez minutos de conversa, ele respirou aliviado. Temos encontrado e ajudado a muitos outros em situações semelhantes pelos lugares por onde passamos, em diferentes partes do Brasil.”.

Ora, todo cristão é tentado, de uma forma ou de outra, uns mais, outros menos. Se um cristão enfrenta problemas em relação à pornografia, ao alcoolismo, ao adultério, à depressão ou a qualquer outro aspecto ligado às tentações, os métodos para vencer tais lutas devem ser bíblicos. O caminho para a vitória tem muito mais a ver com a doutrina da santificação, com o cultivo da vida espiritual através da oração, do jejum, da comunhão saudável numa determinada parte do Corpo de Cristo e do contato constante com a Palavra de Deus. O ensino da quebra de maldições hereditárias aparece como um atalho mágico e ilusório para substituir a doutrina da santificação, que é um processo indispensável a ser desenvolvido pelo Espírito Santo na vida do cristão, exigindo dele autodisciplina e perseverança na fé.

segunda-feira, 8 de maio de 2017

CANSEI DE PECAR



“Partindo Jesus dali, viu um homem chamado Mateus sentado na coletoria e disse-lhe: Segue-me! Ele se levantou e o seguiu.” (Mateus 9.9).
"Καὶ παράγων ὁ Ἰησοῦς ἐκεῖθεν εἶδεν ἄνθρωπον καθήμενον ἐπὶ τὸ τελώνιον, Μαθθαῖον λεγόμενον, καὶ λέγει αὐτῷ· ἀκολούθει μοι. καὶ ἀναστὰς ἠκολούθησεν αὐτῷ." (Mateus 9.9)
1.      a0+kolouqei o alfa como partícula de união mais “kolouthei” que significa caminho. O convite de Jesus é com a finalidade de se juntar com ele em uma caminhada que mudaria sua vida.
Falar sobre Mateus é em muitos casos olhar para dentro de nós, e perceber o quanto somos pecadores e presos a desejos materiais e sombrios. É bem provável que nenhum dos Doze discípulos de Jesus fosse um pecador mais declarado do que Mateus. Em Marcos 2.14, ele é chamado por seu nome Judeu, “Levi filho de Alfeu”. Lucas refere-se a ele como “Levi” em Lucas 5.27-29, e como “Mateus” quando apresenta a lista dos Doze em Lucas 6.15 e Atos 1.13.
            Sabemos muito pouco sobre Mateus, mas o que temos certeza é que ele era um homem humilde e retraído, que se colocou totalmente em segundo plano ao logo de seu extenso relato da vida e do ministério de Jesus. Em todo seu evangelho, ele menciona seu nome em apenas duas ocasiões:
     Seu chamado – Mateus 9.9
     Apresentação dos Doze – Mateus 10.1-4
Mateus era coletor de impostos, um publicano. Os publicanos eram homens que compraram do imperador romano o direito de cobrar impostos e que depois extorquia do povo de Israel o dinheiro para encher os cofres romanos e seus próprios bolsos. Com frequência, arrancavam dinheiro das pessoas à força através de seus capangas. Quase todos eram salafrários desprezíveis, odiosos e sem princípios.
            Mateus 9.9 registra o chamado desse homem. O relato aparece do nada, pegando o leitor totalmente de surpresa: “Partindo Jesus dali, viu um homem chamado Mateus sentado na coletoria e disse-lhe: Segue-me! Ele se levantou e o seguiu.” (Mateus 9.9). Esse é o único instante em que vemos Mateus em seu próprio Evangelho.
            Nos, versículos seguintes, Mateus prossegue dizendo: “E sucedeu que, estando ele em casa, à mesa, muitos publicanos e pecadores vieram e tomaram lugares com Jesus e seus discípulos." (Mateus 9.10). Contudo, Lucas revela que, na verdade, tratou-se de um enorme banquete que Mateus ofereceu em sua própria casa em homenagem a Jesus. Ao que parece, ele convidou muitos de seus colegas publicanos e vários outros párias da sociedade para conhecerem Jesus. Ele estava tão empolgado de ter encontrado o Messias que desejava apresentar Jesus para todos que conhecia. Assim, ele organizou um grande banquete em homenagem a Jesus e convidou todas essas pessoas.
“Então, lhe ofereceu Levi um grande banquete em sua casa; e numerosos publicanos e outros estavam com eles à mesa. Os fariseus e seus escribas murmuravam contra os discípulos de Jesus, perguntando: Por que comeis e bebeis com os publicanos e pecadores? Respondeu-lhes Jesus: Os sãos não precisam de médico, e sim os doentes. Não vim chamar justos, e sim pecadores, ao arrependimento.” (Lucas 5.29-32).
            Por que Mateus convidou coletores de impostos e outros indivíduos desprezíveis? É simples! Pois era o único tipo de gente que ele conhecia. Eram os únicos que se relacionavam com um homem como Mateus. Ele não conhecia ninguém da elite social para convidar. Era um coletor de impostos, e os coletores de impostos encontravam-se na mesma classe social que as meretrizes – “Porque João veio a vós outros no caminho da justiça, e não acreditastes nele; ao passo que publicanos e meretrizes creram. Vós, porém, mesmo vendo isto, não vos arrependestes, afinal, para acreditardes nele.” (Mateus 21.32).
            Para um homem como Mateus, ser um coletor de impostos era ainda pior, pois tal ocupação transformava-o em um traidor de sua nação, num pária social, no mais abjeto dos abjetos. Provavelmente, também era um excluído religioso, proibido de entrar em qualquer sinagoga. Assim, olhando para a parábola do fariseu e do publicano notamos essa separação:
“Dois homens subiram ao templo com o propósito de orar: um, fariseu, e o outro, publicano. O fariseu, posto em pé, orava de si para si mesmo, desta forma: Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros, nem ainda como este publicano;  jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo quanto ganho.  O publicano, estando em pé, longe, não ousava nem ainda levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, sê propício a mim, pecador!  Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque todo o que se exalta será humilhado; mas o que se humilha será exaltado. " (Lucas 18.10-14)
            Observe que o publicano ficou “longe”. Era preciso que o fizesse, pois não lhe era permitido ir além do pátio dos gentios no templo. Na verdade os coletores de impostos precisavam ficar afastados de qualquer grupo, pois eram odiados. Havia dos tipos de coletores de impostos, os gabbai e os mokhes. Os Gabbais eram cobradores do Estado Romano e esses não usurpavam, pois eram controlados. Porém os Mokhes eram cobradores que usavam de extorsão e nessa categoria havia dois tipos os mokhes-grandes que eram cobradores de impostos que pagavam os mokhes-pequenos para ficarem nas cabines cobrando para eles, pois não queriam ser vistos como publicanos, pois perderiam seu direito de ir e vir entre a elite de Israel. Mateus era um dos pequenos, pois ficava nas cabines no meio da rua. Ele era a pessoa que o povo mais odiava. Um judeu em sã consciência nunca seria um cobrador de imposto. Ele havia não somente se afastado de seu povo, mas de seu Deus. Pois, para ele era proibido frequentar a sinagoga e assim, não podia oferecer sacrifício e nem adorar a Deus.
            A pergunta é: Porque Mateus largou tudo daquela forma? A melhor resposta é que Mateus mesmo com a alma atormentada por causa de sua profissão que tinha escolhido, bem no fundo de seu ser, conhecia e amava o Antigo Testamento. Era um homem espiritualmente faminto. Em algum ponto de sua vida Mateus começou a perceber um vazio sem razão. Deus já o estava buscando e chamando para perto de si.
            Sabemos bem que Mateus conhecia o Antigo testamento, pois seu evangelho possui 99 citações do mesmo. Ele acreditava no Verdadeiro Deus e Compreendia as promessas do Messias. Sabia sobre Jesus, pois trabalhava na rua e tinha contato com muitas pessoas. Assim, quando o Mestre apareceu e o chamou sua ação foi imediata, sua fé era sólida, aquela vida de separação acabou, pois Deus conhece nosso coração. Ele ficou tão feliz que fez um banquete evangelístico.

Conclusão:
            Isso é o que praticamente sabemos sobre Mateus: ele conhecia o Antigo Testamento, cria em Deus, estava buscando o Messias, deixou tudo de imediato para estar com Jesus e na alegria de sua nova vida, chamou os excluídos para um belo banquete. Tornou-se um homem de humildade silenciosa que amava os excluídos e não dava lugar à hipocrisia religiosa – um homem de grande fé, que se entregou completamente ao senhorio de Cristo.  Mateus é uma lembrança vívida de que o Senhor com frequência escolhe as pessoas mais desprezíveis deste mundo, redimindo-as, dando-lhes um novo coração e usando-as de forma admirável.
            Mateus tinha consciência de seu pecado, da sua ganância e que estava traindo seu próprio povo. Ele sabia que era culpado de corrupção, extorsão, opressão e abuso. No entanto, Jesus lhe disse: Segue-me. Mateus sabia que nesse chamado havia uma promessa inerente de perdão. E foi por isso que ele levantou sem hesitar e dedicou o resto de sua vida a seguir a Cristo. Eu já cansei de pecar! E você? Vamos então juntos seguir a Jesus, assim como Mateus? Então se levante e sigamos o Mestre!

            Não há nenhum relato confiável de como foi a morte de Mateus, mas as tradições mais antigas indicam que ele foi queimado em uma fogueira. Assim, esse homem que abandonou uma carreira lucrativa sem pensar duas vezes continuou disposto a dar tudo de si por Cristo até o fim.

A PLENITUDE DOS TEMPOS

  Gálatas 4:4 – mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei.   Neste texto o apóstolo...