"πιστὸς ὁ θεός, διʼ οὑ ἐκλήθητε εἰς κοινωνίαν τοῦ υἱοῦ αὐτοῦ Ἰησοῦ
Χριστοῦ τοῦ κυρίου ἡμῶν." (1 Coríntios 1.9)
No Antigo Testamento, a expressão o dia do Senhor refere-se ao dia
de juízo (Jl 3.14; Am 5.18-20). No Novo Testamento, o termo alude ao retorno de
Cristo (por ex., Fp 1.6, 10; 2.16; 1Ts 5.2). O retorno de Cristo inclui um
julgamento em que tanto Deus como Cristo servirão como juiz (ver Rm 14.10; 2Co
5.10). Nesse dia, os fiéis serão declarados irrepreensíveis “pelo veredicto do
juiz”.
9. Fiel é Deus, pelo qual vocês foram chamados à comunhão de seu
Filho, Jesus Cristo nosso Senhor.
a.
“Fiel
é Deus.” Na hipótese de alguém duvidar da veracidade dos versículos
precedentes, Paulo afirma incondicionalmente que Deus é fidedigno no
cumprimento de suas promessas. Para enfatizar o conceito fiel, Paulo inicia a
sentença com essa palavra, “fiel é Deus”, que resolutamente sustenta o seu povo
até o fim (v.8). O eco dessa verdade ressoa do começo ao fim das Escrituras[1]. Podemos
confiar inteiramente em Deus.
b.
“Pelo
qual vocês foram chamados à comunhão de seu Filho.” Deus, o Pai, elabora seu
plano de salvação por meio de seu Filho, Jesus Cristo; o Pai começa e o Filho
executa esse plano (comparar com 8.6). Mas é eficaz para todos os chamado de
Deus? Dificilmente. “Muitos são chamados, mas poucos são escolhidos”, disse Jesus
(Mt 22.14). Somente os que foram chamados à comunhão do Filho têm experiência da
paciente fidelidade do Pai. O chamado é sempre associado a Jesus Cristo, como
no caso do apostolado de Paulo (v. 1) e o chamado dos coríntios à santidade (v.
2).
O chamado é real quando o crente tem verdadeira comunhão com Cristo.
Essa comunhão, contudo, requer uma vida de santidade na qual um cristão
conforma-se em corpo e alma à semelhança do Filho de Deus (ver Rm 8.29). Como
Charles Hodge o descreve: “Comunhão compreende união e participação”. Comunhão
como união e participação compreende igualmente a participação no sofrimento e
na glória de Cristo e o pertencer ao corpo de Cristo. Significa aceitar o sacramento
da santa comunhão: lembrar que Cristo morreu por nós (10.16). Quando o crente é
completamente transformado no âmago de seu ser, tem genuína comunhão com
Cristo. A proclamação do evangelho, aceita com fé verdadeira, diz João, conduz
à comunhão com o Pai e o Filho (1Jo 1.3).
c.
“Seu
Filho, Jesus Cristo, nosso Senhor.” Paulo agradece o fato de que Deus, o Pai,
chama o crente à comunhão e que o crente tem comunhão com o Filho, que é Jesus
Cristo, nosso Senhor. Paulo termina sua ação de graças com uma compilação de
nomes e ofícios divinos. O Filho, eternamente gerado pelo Pai (Sl 2.7),
assumiu a carne humana e recebeu o nome de Jesus. O nome do Antigo Testamento,
Joshua, no Novo, tornou-se Jesus, com a explicação de que “ele salvará o seu povo
dos pecados deles” (Mt 1.21). Enquanto o prenome do Filho é Jesus, seu título é
Cristo, que significa o Ungido ou o Messias. O nome aponta para seu ofício de
profeta, sacerdote e rei. E, por fim, quando Paulo chama Jesus Cristo de “nosso
Senhor”, ele alude à exaltação deste: “o Rei dos reis e Senhor dos senhores”
(1Tm 6.15).
[1] Deuteronômio
7.9; Isaías 49.7; 1 Coríntios 10.13; 1 Tessalonicenses 5.24; 2 Tessalonicenses 3.3;
2 Timóteo 2.13; Hebreus 10.23; 11.11.