quinta-feira, 28 de abril de 2016

O PRÍNCIPE DOS PREGADORES




Há sempre aquelas pessoas as quais admiramos por sua vida e, sobretudo, por sua profunda intimidade com Deus. E uma delas, para mim, é Charles Spurgeon. Já li e continuo lendo suas literaturas, suas obras e biografias e como tem sido abençoador e inspirador em meu ministério. Spurgeon era o mais velho de dezessete filhos, sendo que nove morreram ainda na infância.
Devido a dificuldades financeiras, com a idade de dezoito meses, ele foi enviado para viver com seu avô, que, como o pai de Charles, era um pregador calvinista obstinado. Ainda muito jovem, ele começou a ler os livros teológicos de seu pai e avô e a ouvir com atenção conversas teológicas. Em uma ocasião, o pastor Richard Knill profetizou sobre Charles: “Essa criança vai um dia pregar o evangelho, e ele vai pregar a grandes multidões”. Com dez anos de idade, Charles já estava lendo os puritanos com grande prazer e entusiasmo.
Spurgeon começou a pregar logo depois de sua conversão a Jesus Cristo na idade de dezesseis anos. Ele logo se tornou o mais conhecido pregador da Bíblia no mundo em sua época, e talvez o melhor pregador da história da Igreja fora das Escrituras, junto com João Crisóstomo (347-407). Spurgeon pregou até dez vezes por semana, e foi ouvido por vinte milhões de pessoas a partir de seu púlpito, ao longo de sua vida.
Quatro anos depois de sua conversão, na idade de vinte anos, ele foi nomeado o pastor da famosa London’s New Park Street Chapel, que antes era liderada pelo famoso teólogo Batista reformado John Gill. Sua igreja se tornou a maior do mundo no momento de sua morte, a Metropolitan Tabernacle.
Spurgeon foi um estudante ao longo da sua vida. Ele tinha uma grande biblioteca construída em sua casa para que ele pudesse estudar continuamente, e ainda estar perto de sua esposa Susannah muito adoecida. Ele tinha uma grande mesa redonda, com uma dobradiça que lhe permitia sentar no meio dela com os seus livros queridos ao seu redor.
Spurgeon estava também comprometido com a justiça social, indo tão longe a ponto de pregar contra a escravidão, que o tornou muito impopular nos Estados Unidos, onde seus sermões impressos foram proibidos e queimados. Spurgeon era também um homem muito piedoso, que abrindo e dirigindo um orfanato para crianças carentes. Muitos chamaram o orfanato do maior sermão que ele um dia pregou.
Entretanto, ao longo de seu ministério, Spurgeon viveu sob o ataque constante, tanto por sua teologia conservadora quanto por seu ministério bem sucedido levando Spurgeon a ser expulso de sua própria denominação batista por não desistir de ensinar coisas como tormento eterno num inferno literal, a veracidade da Bíblia e a perfeição e inspiração divina das Escrituras. Em seus dias, Spurgeon foi atacado por legalistas hiper-calvinistas e liberais universalistas; o primeiro porque ele livremente pregou o evangelho a todas as pessoas, e o segundo porque Spurgeon não acreditou que todos seriam salvos.
Seus sermões, a partir de 1855, começaram a ser impressos e vendidos a preços baixos para que assim as pessoas pudessem toda semana ter seus alimento espiritual: Esses sermões completaram 63 volumes, divididos em duas grandes seções, e completam 3563 sermões impressos sem interrupção até 1917 ( 25 anos depois de sua morte; pois muito sermões foram arquivados durante a vida de Spurgeon para futura publicação). É considerado o maior volume de escritos por um cristão individualmente. É maior que a enciclopédia britânica
O lucro obtido desses sermões serviu para ampliar a publicação dos mesmos, bem como a manutenção de orfanatos e asilos. Tanto que o prédio do orfanato de meninas levou o nome de “Sermão”. O sermão que mais teve sua tiragem impressa durante a vida de Spurgeon foi o que discorria sobre a polêmica da Regeneração Batismal praticada na Igreja da Inglaterra; chegou a 300.000 exemplares impressos em uma única semana.
Spurgeon também escreveu livros e tratados sobre a teologia da salvação, e a vida cristã. Ele sempre priorizou que esses livros fossem vendidos a baixo custo, para que mais pudessem ter em mãos material de qualidade: talvez seu livreto mais famoso tenha sido o “All for Grace” (Tudo pela Graça), mas com certeza sua maior obra literária foi “Treasury of David” ( O tesouro de Davi) uma volumosa obra que consistia em uma grande compilação de comentários e explicações de vários autores cristão( e do próprio Spurgeon) sobre o Livro de Salmos, levou cerca de 20 anos para concluir.
Spurgeon também fundou um colégio de pastores, para qualificar aqueles que eram vocacionados ao mistério pastoral e evangelístico. Por ele, a esposa de Spurgeon também levantou fundos e distribuiu muitos livros de homilética escritos para serem ajudas aos pregadores.  Nesse Colégio estudou João Manoel Gonçalves dos Santos, brasileiro, que foi mandando para lá para ser educado a pedido de Robert Kalley, amigo de Spurgeon, fundador da igreja Congregacional do Brasil (em 1855). Depois da morte de Spurgeon, o colégio foi rebatizado de Spurgeon College, em homenagem a seu fundador.
Charles H. Spurgeon foi desprezado pelos hiper-calvinistas de seu tempo por causa da sua paixão por pessoas que estavam perdidas sem Cristo como também por sua oferta contínua em prol do evangelho da graça para as massas, o que levou ao batismo 14.692 convertidos durante o seu ministério. Chegou a ter sua conversão contestada em pleno jornal! Apesar da oposição, Spurgeon nunca se esquivou de chamar a todos os homens ao arrependimento. Ele usou meios não convencionais, tais como a reunião em um teatro público (e não uma igreja) e a pregação em massa (não em um púlpito elevado), num esforço de ser mais culturalmente relevante em seu estilo de ministério. Curiosamente, porém, ele proibiu o uso de coros, órgãos e outros instrumentos musicais nos serviços de sua igreja.
No entanto, após a sua morte, sessenta mil pessoas passaram diante do seu caixão aberto durante um único dia, com uma multidão semelhante no dia seguinte. Quatro memoriais foram realizados em um dia para os membros da igreja, ministros e estudantes, membros de outras denominações, e ao público em geral, respectivamente. A estrada para o cemitério estava cheia de centenas de pessoas cujas vidas foram tocadas pelo poder do evangelho da graça através desse servo de Cristo.
Charles Haddon Spurgeon, uma vida que fez a diferença! E que em nossos dias possamos nos posicionar como este homem diante dos desafios de nossa época para a glória de Deus.

Um fato muito interessante na vida de Spurgeon, é que não é conhecido o nome do pregador que aos 16 anos, Deus usou para mudar a sua vida. Eu acho isto maravilhoso! Eu não tenho a eloquência oral nem escrita do Spurgeon, nem tampouco a capacidade intelectual (ele dizia conseguir identificar vários tipos de pensamento ao mesmo tempo em sua mente), mas já que não posso ser um Spurgeon eu peço a Deus em oração: “Que eu possa ser esse pregador desconhecido, que Tu me uses para levantares um homem como Spurgeon nesta nação!”.

ALCANÇANDO ALEGRIAS FUTURAS CAVANDO POÇOS.







A PLENITUDE DOS TEMPOS

  Gálatas 4:4 – mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei.   Neste texto o apóstolo...