Todo cristão capaz
de disseminar o evangelho tem direito de fazê-lo. Ainda mais, não só tem
direito, mas é seu dever fazê-lo enquanto viver (Ap. 22:17). A propagação do
evangelho foi entregue, não a uns poucos, mas a todos os discípulos do Senhor
Jesus Cristo. Segundo a medida da graça a ele confiada pelo propagação Santo,
cada discípulo tem a obrigação de ministrar em seu tempo e geração, à Igreja e
entre os incrédulos. Na verdade, esta questão vai além dos varões, incluindo todos os elementos do outro sexo. Sejam os crentes homens ou mulheres, quando
capacitados pela graça divina, estão todos obrigados a esforçar-se ao máximo
para divulgar o conhecimento do Senhor Jesus Cristo.
Todavia, o nosso serviço
não assume necessariamente a forma particular da pregação. Seguramente, em
alguns casos é preciso que não, como por exemplo no caso das mulheres, cujo
ensino público é expressamente proibido: 1 Tm. 2:12; 1 Co. 14:34.
Mas, se temos capacidade para pregar, é mister exercitá-la. Contudo, nesta
preleção não me refiro a prédicas ocasionais, nem a quaisquer outras formas
de ministério comuns a todos os santos, mas ao trabalho e ofício do episcopado, em que se incluem
o ensino e o governo da Igreja, exigindo a dedicação da vida inteira do homem
à obra espiritual, e que ele se separe de todas as carreiras seculares (2 Tm. 2:4). Trabalho e
ofício que autorizam o obreiro a contar totalmente com a Igreja de Deus
para o suprimento das suas necessidades temporais, visto que ele dá todo o seu
tempo, energia e esforços para o bem daqueles que estão sob a sua direção (1
Co. 9:11; 1 Tm. 5:18). A um homem assim Pedro se dirige
com estas palavras'. "Apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós,
tendo cuidado dele". (I Ped. 5:2) Ora, nem todos de uma igreja podem
superintender ou governar; alguns têm que ser dirigidos ou governados. E cremos
que o Espírito Santo designa na Igreja de Deus alguns para agirem como
superintendentes, e outros para se submeterem à vigilância de outros, para o
seu próprio bem. Nem todos são chamados para trabalhar na palavra e na
doutrina, ou para serem presbíteros, ou para exercerem o cargo de bispo.
Tampouco devem todos aspirar a essas obras, uma vez que em parte nenhuma os
dons necessários são prometidos a todos. Mas aqueles que, como o apóstolo,
crêem que receberam "este ministério" (2 Co. 4:1), devem dedicar-se a
essas importantes ocupações. Homem nenhum deve intrometer-se no rebanho como
pastor; deve ter os olhos postos no Sumo Pastor, e esperar Seu sinal e Sua
ordem. Antes que um homem assuma a posição de embaixador de Deus, deve esperar
pelo chamamento do alto. Se não o fizer, mas se se lançar às pressas ao cargo
sagrado, o Senhor dirá dele e de outros semelhantes: "Eu não os enviei,
nem lhes dei ordem; e não trouxeram proveito nenhum a este povo, diz o
Senhor" (Jr. 23:32).