Jesus concordou que amar a Deus e amar ao próximo
são as coisas que temos que fazer para ir para o céu. Em outra ocasião ele
disse que estes são os dois maiores mandamentos (Mateus 22.37-39). É impossível
ressaltar demais estes dois princípios. Contudo, o amor é pouco entendido e
ainda menos praticado. Muitos veem o amor como uma sensação, um sentimento ou
emoção. Uma vez que têm uma bondosa disposição para com Deus e um espírito
pacífico para com os outros, eles creem que já cumpriram todas as
responsabilidades do amor. Precisamos prestar cuidadosa atenção a estas
ilustrações do amor porque elas nos ajudam a entender o que o amor realmente
significa na prática.
O bom samaritano socorreu o homem necessitado. O
amor é ativo. O amor vê aqueles que têm problemas --físicos ou espirituais-- e
sente compaixão por eles. Muitas pessoas estão muito absorvidas consigo mesmas
para se preocuparem com os outros e suas dificuldades. Para amar como o
samaritano amou, precisamos esquecer de nós mesmos e nos comovermos com o
sofrimento dos outros. Isso nunca é mais verdadeiro do que quando vemos pessoas
que precisam de auxílio espiritual. Jesus viu as multidões como ovelhas sem
pastor e sentiu compaixão por elas, ainda que ele mesmo estivesse exausto
(Marcos 6.34). Ele partilhou ansioso a água viva com uma mulher imoral, a
despeito de sua própria fome, sede e fadiga (João 4). O amor aceita riscos para
ajudar os outros. Algumas vezes o maior risco que tememos é a rejeição. Se
outras pessoas desprezarem nossas tentativas para ajudá-las, sentiríamos
feridos. Assim, buscando isolar-nos do risco de ter nosso ego arranhado,
evitamos aproximarmo-nos delas. É arriscado convidar um vizinho a ler a Bíblia
conosco, chegar a um irmão e reprová-lo, ou desafiar um amigo com respeito à
vida dele. O amor arrisca rejeição para ajudar os outros. O amor faz o que
pode. Não podemos fazer tudo o que alguém possa precisar, mas podemos fazer
alguma coisa. Não temos todas as respostas, mas temos algumas. O amor serve.
Maria escolheu a boa parte e essa escolha
demonstrou seu amor por Jesus. Nossas escolhas sempre demonstram o que amamos.
E uma coisa é certa: escolhas serão feitas porque ninguém pode fazer tudo.
Algumas coisas que, por si mesmas, são boas e apropriadas, terão que ser
omitidas. O que escolheremos? Algumas pessoas escolhem o urgente em vez do
importante, fazendo as coisas que precisam ser feitas imediatamente em vez das
coisas que são muito mais valiosas a longo prazo. Uma vez que muitas tarefas
espirituais (coisas como orar e estudar) podem ser feitas a qualquer tempo,
elas tendem a ser postas de lado enquanto nos concentramos em atividades com
limite de tempo. Alguns escolhem as coisas que são visíveis em vez das coisas
que as pessoas não podem ver. Uma vez que as atividades espirituais não são
percebidas pelos outros, elas podem ser facilmente negligenciadas. Marta
recebeu bem a Cristo, porém não escolheu a boa parte. Tinha tantas outras
coisas que a sobrecarregavam e preocupavam que não teve tempo para sentar-se e
ouvir Jesus. O tempo que gastamos com Jesus é um sinal de quanto o amamos.
O amor é a chave para herdar a vida eterna. Amamos a Deus?
Amamos nosso próximo?