(Amós
3.3)
A expressão andar junto é comumente
usada nas Escrituras como uma representação de comunhão. Enoque andou com Deus:
e já não era; pois Deus o tomou para si. Comunhão, em seu sentido completo,
implica em atividade. Não é meramente
contemplação, é ação, e, portanto, na medida em que andar é um exercício ativo,
e andar com um homem é ter comunhão com Ele, comunhão ativa com Ele, vemos como
andar vem a ser a imagem da verdadeira comunhão com Cristo. Um velho puritano,
certa vez disse, "Não dizem se Enoque retornou a Deus e depois O deixou,
mas Ele ANDOU COM DEUS". Através de toda essa jornada, Ele teve
Deus como Companheiro e viveu em perpétua amizade com seu Criador.
Há, também, outra ideia contida no termo
"andar junto". Não é apenas atividade, mas continuidade. Logo, a
verdadeira comunhão com Cristo não é um mero espasmo - não é apenas uma emoção
num momento de êxtase - mas se é o trabalho do Espírito Santo e se é desfrutada
pela alma saudável, será algo contínuo.
Isso também leva ao progresso, pois, ao andar junto,
nós não levantamos nossos pés e os abaixamos no mesmo lugar, mas seguimos
adiante cada vez mais próximos do fim da nossa jornada. E aquele que tem
verdadeira comunhão com Cristo progride. É verdade que Cristo pode seguir em
direção a excelência, pois Ele já atingiu a perfeição, mas quanto mais próximo
chegarmos dessa perfeição, mais amizade temos com Jesus e a menos que
progridamos, a menos que busquemos ser mais semelhantes à uma criança na fé,
mais instruídos em sabedoria e mais aplicados em servir - a menos que busquemos
ter mais zelo e fervor, perceberemos que, em tal momento de inércia, perdemos a Presença do Mestre, pois é somente
seguindo ao Senhor que prosseguimos em andar com Ele. Isso, portanto, irá abrir
seus olhos para ver como andar com uma pessoa é uma excelente imagem para
comunhão com Ele e como o termo, “andar com Deus, é a melhor expressão para a
amizade com Deus”.
Consequentemente, nosso texto implica
pela sua própria forma na ideia de que dois não podem andar juntos a menos que
concordem. E isso nos ensina, portanto, que a menos que estejamos em
concordância com Cristo, não podemos nos ater ao doce estado de comunhão com
Ele.
Nós devemos, antes de qualquer coisa,
notar o acordo aqui mencionado. Devemos, em segundo lugar, tentar notar a
necessidade desse acordo. E então, em terceiro, devemos convidar todos os
Cristãos a buscar esse acordo com Cristo pra que possam ter completa comunhão
com Ele.
Eu não estou me dirigindo tanto ao mundo exterior
quanto ao interior da Igreja. Quando pregamos o evangelho da Salvação, o
pregamos ao mundo. Mas a comunhão é como o Santo dos Santos! A salvação, por si
só, parece ser a sala dos sacerdotes (O Santo Lugar), mas a comunhão é o Lugar
Interior, que é onde há o véu, e em que ninguém a não ser os Cristãos tem
permissão para entrar.