domingo, 13 de julho de 2014

CINCO MANOBRAS ERRADAS NA JORNADA DA VIDA


CINCO MANOBRAS ERRADAS NA JORNADA DA VIDA
I SAMUEL 9.1-2
     Durante toda nossa vida, tomarem decisões que em nossa concepção são certas, porém trarão problemas imediatos, para não dizer instantâneos. Em uma tomada de decisão ou direção, faz-se necessário uma ampla e profunda análise de todas as situações apresentadas, a fim de que a mesma seja efetuada de forma segura e eficaz. Gosto de pensar nas palavras de Friedrich Nietzsche[1] – “Uma vez tomada a decisão de não dar ouvidos mesmo aos melhores contra-argumentos: sinal do caráter forte. Também uma ocasional vontade de se ser estúpido.”.
     Partindo desta ideia encontramos Saul, o primeiro Rei pós o fim da Teocracia, clamado pelo o povo de Israel:
Ø Porém esta palavra pareceu mal aos olhos de Samuel, quando disseram: Dá-nos um rei, para que nos julgue. E Samuel orou ao Senhor. E disse o Senhor a Samuel: Ouve a voz do povo em tudo quanto te dizem, pois não te têm rejeitado a ti, antes a mim me têm rejeitado, para eu não reinar sobre eles. (I Samuel 8.6-7)
E é nisso que gostaria de experimentar com os irmãos, nesta noite, a vida de Saul. A mesma ensina-nos que podemos desperdiçar as oportunidades da vida. Ela nos ensina o que não devemos fazer. Ela nos aponta para o perigo de receber em si mesmo a merecida punição do seu erro. E olhando para Saul percebemos que Ele tinha tudo para dar certo, todas as coisas ao seu entorno estavam preparadas para seu sucesso:
 SUA APRESENTAÇÃO FÍSICA: “Tinha ele um filho cujo nome era Saul, moço e tão belo, que entre os filhos de Israel não havia outro mais belo do que ele; desde os ombros para cima, sobressaía a todo o povo." (I Samuel 9.2).
1.1. Era moço, isto é, tinha saúde, vigor, força e disposição.
1.2. Era o mais belo de Israel, como um astro de Hollywood. Era um jovem bem aceito, cobiçado, bom partido, que tinha excelentes predicados físicos e também fortes qualidades morais.
 SUA SITUAÇÃO FINANCEIRA: “Havia um homem de Benjamim, cujo nome era Quis, filho de Abiel, filho de Zeror, filho de Becorate, filho de Afias, benjamita, homem de bens." (1 Samuel 9.1)
2.1. Seu pai era homem de bens – Saul tinha estabilidade financeira. Era um jovem com futuro promissor. Era bonito e rico.
Segundo o filósofo brasileiro Luiz Felipe Pondé[2], a sociedade hodierna possui duas características básicas, ou melhor, duas colunas nas quais o pós-modernismo se apoia: o rico e o belo, sendo que se o indivíduo for rico portas são abertas com bastante facilidade. Sendo belo, mas não rico, encontrará facilidade, porém não como uma pessoa abastada, contudo portas certamente se romperão.
     Agora, se o cidadão possuiu as duas características, não há porta que esteja fechada para o mesmo. Pensando nestas categorias se Saul vivesse neste tempo seria um grande homem nesta sociedade. Todavia, Saul fez uma série de manobras erradas na estrada da vida. Quando chegava numa encruzilhada, sempre tomava a direção errada. Vejamos quais foram essas manobras erradas:
                                    I. A IMPACIÊNCIA É UMA MANOBRA ERRADA
@ História de impaciência na fila do banco!
Ø (I Samuel 10.8) – Na batalha contra os filisteus, Samuel se ausenta e deixa ordem para Saul esperá-lo sete dias para fazer o sacrifício.
Ø (I Samuel 13.5) – Os filisteus eram 30 mil carros; 6 mil cavaleiros. Povo em multidão.
Ø Passou o primeiro dia. Todos estavam ficando nervosos. Os capitães das tropas vinham dizer a toda hora que o moral dos soldados estava baixando. Será que Saul não podia tomar nenhuma providência?
Ø (I Samuel 13.6) – Os homens de Israel ficaram em apuros e se esconderam nas cavernas.
ü  Segundo, terceiro, quarto, quinto dia o inimigo achava-se ali perto. A tensão tomava conta do arraial.
ü  Sexto dia – Alguns dos homens começaram a abandonar Saul, voltando para casa. Saul estava nervoso. “Onde está Samuel, por que ele não vem?” Saul ficou impaciente e resolveu fazer alguma coisa.
Ø (I Samuel 13.9) – Sétimo dia – ao raiar do dia, outros soldados vão embora. Saul, então, não aguentou esperar mais e disse: “Trazei-me aqui o holocausto e ofertas pacíficas. E ofereceu o holocausto”.
Ø Quando estava terminando, chegou Samuel e Saul tenta dar suas desculpas (I Samuel 13.11-12): O povo ia se espalhando; você não vinha; o inimigo já se armara; precisava urgentemente de uma bênção a qualquer custo; fui forçado pelas circunstâncias.
MAS SAMUEL REPREENDE SAUL E CHAMA-O DE TOLO (13.13,14).
A IMPACIÊNCIA – é uma confissão de que não acreditamos que Deus se acha no controle total de tudo. Impaciência é incredulidade. Às vezes somos tentados a agir por nós mesmos, mesmo que o sinal de Deus esteja vermelho para nós.
       II. MANOBRAR RESPEITANDO PARCIALMENTE UMA ORDEM DIRETA É SINAL DE AUTOSSUCIFIÊNCIA.
@ Luciano buraco na perna. Teimosia.
Ø Saul não seguiu a Deus nem lhe executou a Palavra (I Samuel 15.11) Saul poupou a Agague e o melhor dos rebanhos. Obedeceu parcialmente.
ü   Deus pediu que ele destruísse todos os amalequitas, a palavra hebraica aqui transmite a ideia de extermínio, aniquilação, acabar com tudo. Logo, a ordem de Deus estava clara. “Vai, pois, agora, e fere a Amaleque, e destrói totalmente a tudo o que tiver, e nada lhe poupes; porém matará homem e mulher, meninos e crianças de peito, bois e ovelhas, camelos e jumentos.” (I Samuel 15.3).
Ø SAUL MENTIU, DIZENDO QUE TINHA EXECUTADO A ORDEM DE DEUS (I Samuel 15.13) – Saul tenta racionalizar. Em vez de se curvar, ele busca meios de justificar o seu erro.
Ø SAUL DEU DESCULPAS INFUNDADAS (I Samuel 15.14-15) – desobedeceu a ordem de Deus para fazer sacrifícios a Deus. DEUS NÃO ACEITA CULTO ASSOCIADO À DESOBEDIÊNCIA.
A AUTOSSUFICIÊNCIA é uma característica ególatra, isto é, eu sou o senhor de minha vida, sou rei, faço o que bem quiser. Percebo esta característica claramente quando o mesmo levanta para si um monumento. (I Samuel 15.12).
     Percebemos que muitos querem seguir a Deus deste modo, parcialmente, querem um deus serviçal que na verdade fica exposto na instante e quando é preciso eu aciona. É como a capa de um super-herói, só e ativada quando alguma coisa está em perigo. Nossa suficiência precisa estar em Deus, na salvação que Ele nos proporcionou em Cristo Jesus - “Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor, no qual temos a redenção, a remissão dos pecados.” (Colossenses 1.13-14).
     Segundo alguns psicólogos a autossuficiência exagerada pode fazer eclodir no individuo um Transtorno de personalidade paranóide, levando-o em alguns casos a internação do mesmo, com fim de ingestão de medicamentosa pesada. Penso em Pedro, ao responder o Mestre para onde iria, pois só Jesus possui Palavras de Vida Eterna.
                                    III. CIÚME, MAIS UMA MANOBRA ERRADA
Ø  Uma música de sucesso em Israel infernizou a vida de Saul (I Samuel 18.7). As meninas cantavam nas ruas. Os soldados assobiavam em suas fileiras. As mulheres entoavam em suas casas. Isso indignou Saul (I Samuel 18.8-9).
RESULTADOS DESTE CIÚME:
*      ÓDIO: “Então, Saul se indignou muito, pois estas palavras lhe desagradaram em extremo; e disse: Dez milhares deram elas a Davi, e a mim somente milhares; na verdade, que lhe falta, senão o reino?  Daquele dia em diante, Saul não via a Davi com bons olhos. " (1 Samuel 18.8-9)– O ódio é um fogo destruidor.
*      Ele é uma porta aberta a ação do diabo - “Irai-vos e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira, nem deis lugar ao diabo." (Efésios 4.26-27).
*      UM ESPÍRITO MALIGNO SE APOSSOU DELE:
ü  “No dia seguinte, um espírito maligno, da parte de Deus, se apossou de Saul, que teve uma crise de raiva em casa; e Davi, como nos outros dias, dedilhava a harpa; Saul, porém, trazia na mão uma lança," (I Samuel 18.10).
ü  “Tornou a haver guerra, e, quando Davi pelejou contra os filisteus e os feriu com grande derrota, e fugiram diante dele, o espírito maligno, da parte do Senhor, tornou sobre Saul; estava este assentado em sua casa e tinha na mão a sua lança, enquanto Davi dedilhava o seu instrumento músico." (1 Samuel 19.8-9).
A vida de Saul passou a ser controlada por um espírito maligno. Seu coração tornou-se um poço de ódio.
*      Saul arquiteta planos para tirar o seu desafeto do seu caminho – Em vez de se arrepender, endurece. Saul quer destruir Davi, não por causa dos erros de Davi, mas por causa de suas virtudes. Ele quer matar Davi não porque Davi é mau, mas porque Davi é bom. Ele prefere matar Davi a imitá-lo.
             IV. UMA MANOBRA ERRADA É ACONSELHAR-SE COM PESSOAS ERRADAS.
Ø  Não buscou a Deus através do profeta Samuel em vida, agora quer buscar Samuel através da feitiçaria - “Então, lhe disse a mulher: Quem te farei subir? Respondeu ele: Faze-me subir Samuel." (1 Samuel 28.1)  
Ø  SAUL TORNA-SE UM HOMEM INCOERENTE – Ele busca o que ele mesmo combateu, pois havia desterrado os necromantes. “Respondeu-lhe a mulher: Bem sabes o que fez Saul, como eliminou da terra os médiuns e adivinhos; por que, pois, me armas cilada à minha vida, para me matares?" (1 Samuel 28.9).
                                     V. SUICÍDIO, A ÚLTIMA MANOBRA ERRADA
“Agravou-se a peleja contra Saul; os flecheiros o avistaram, e ele muito os temeu. Então, disse Saul ao seu escudeiro: Arranca a tua espada e atravessa-me com ela, para que, porventura, não venham estes incircuncisos, e me traspassem, e escarneçam de mim. Porém o seu escudeiro não o quis, porque temia muito; então, Saul tomou da espada e se lançou sobre ela. Vendo, pois, o seu escudeiro que Saul já era morto, também ele se lançou sobre a sua espada e morreu com ele." (1 Samuel 31.3-5).
Ø  SAUL CAIU NOS PRÓPRIOS LAÇOS DO SEU PECADO. Provérbios 29:1 – “o homem que muitas vezes é repreendido e endurece a sua serviz será quebrado repentinamente, sem que haja cura”.
Ø  A Bíblia diz que Deus matou Saul porque ele consultou uma necromante.
Ø  Mas Saul tirou a sua própria vida, visto que atirou-se sobre sua própria espada.
Ø  Seu fim foi trágico, porque jamais se dispôs a arrepender-se. Em vez de voltar-se para Deus, sempre fez manobras para afastar-se cada vez mais de Deus.
CONCLUSÃO:
O que distinguiu Saul de seu sucessor Davi, não foi o pecado. Ambos pecaram contra Deus. A diferença é que Davi quando foi confrontado, arrependeu-se; Saul tornou-se mais endurecido. Saul pensava na sua própria glória; Davi buscava a glória de Deus.





[1] Foi um filólogo (do grego antigo Φιλολογία, "amor ao estudo, à instrução"), filósofo, crítico cultural, poeta e compositor alemão do século XIX. Ele escreveu vários textos críticos sobre a religião, a moral, a cultura contemporânea, filosofia e ciência, exibindo uma predileção por metáfora, ironia e aforismo.
[2] Guia Politicamente Incorreto da Filosofia é um livro de Luiz Felipe Pondé, lançado pela Editora Leya em 2012, e que trata de críticas às afirmações hipócritas da sociedade atual.

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