Agnodice ou Agnodike (IV a. C), a mais antiga mulher a ser mencionada pelos gregos, tencionava fortemente ser médica. Natural de Atenas, aonde havia proibição legal para mulheres estudarem medicina, Agnódice viajou a Roma a fim de aprender a fazer partos e, dedicando-se principalmente ao estudo da obstetrícia e da ginecologia, obteu conhecimentos básicos sobre a saúde da mulher.
Desejando voltar a seu país e nele colocar em prática os conhecimentos adquiridos em Roma, a solução para tonar-se impune foi radical: Agnódice voltou à Grécia com os cabelos curtos e travestida de homem, sentindo-se dessa forma segura para exercer a medicina.
Quando começou a atuar, com muito sucesso, atraiu muitos clientes, despertando assim o ciúme de outros médicos. Raivosos com Agnódice e acreditando que fosse realmente homem, eles a acusaram falsamente de estar praticando atos libidinosos com as pacientes.
Levada ao tribunal (areópago), ela tentou se defender da falsa acusação; porém, quando percebeu que seria condenada à morte, despiu-se diante do juiz e dos jurados. Atitude extrema causou em todos grande surpresa e comoção. Além disso, várias de suas pacientes declararam em frente ao templo que se ela fosse executada, iriam morrer com ela. O juiz reconheceu a injustiça que estava sendo cometida contra Agnódice, livrou-a da acusação e promulgou uma lei determinando que, a partir daquele momento, as mulheres teriam o direito de praticar a medicina na Grécia.
Graças à ousada e corajosa atitude de Agnódice, as mulheres hoje são maioria na profissão.
REFERÊNCIAS:
1.BEZERRA, Armando "Admirável mundo médico: a arte na história da medicina" - Brasília, 2002
2.Greenhill, William Alexander (1867), "Agnodice", in Smith, William, Dictionary of Greek and Roman Biography and Mythology, 1, Boston: Little, Brown and Company
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