VIVEMOS EM
TEMPOS MAUS!?
É assim mesmo, essa frase precisa
de dois pontos, quando afirmamos ou exclamamos esta oração, fico a pensar se
não é apenas um engodo de nossa fala cansada e repetitiva, vociferando aquilo
que não entendemos e de certa forma nem procuramos saber.
Se é uma pergunta, fico agora mais
apetecido em buscar algumas respostas para essa indagação.
Começamos assim, não creio que
existam “tempos maus”, creio que exista o “mal” e uso o artigo definido não
para tratá-lo como pessoa, mas como nevoa que perambula sobre toda a história
da humanidade. Não vou fazer uma lista histórica, pois você, meu querido leitor,
pode cair na besteira de entender que minha tarefa é definir o mal, longe
disso, minha intensão é relatar que o “mal” sempre esteve e sempre estará a
rodear e a tocar de alguma forma:
Herodes , O Grande – veja o artigo definindo
clarificando seu ego. Conhecido como um louco que matou sua própria família
e mandou assassinar centenas de rabinos, o rei romano da Judeia também era
tirano e corrupto. Organizou uma espécie de polícia secreta que investigava
qualquer início de rebelião entre os judeus controlados. Qualquer suspeito era
torturado e executado publicamente.
Basílio II – Líder do Império
Bizantino entre 976 e 1025, virou o “matador de búlgaros” após uma guerra que
durou 30 anos. Em uma das batalhas, matou 15 mil e cegou outros 15 mil
(incluindo crianças e mulheres) com adagas em brasa. Também torturava, prendia
ou confiscava os bens dos inimigos.
Ranavalona I – Castigou a ilha
africana entre 1828 e 1861 com uma política isolacionista baseada em trabalhos
forçados. Altos impostos patrocinavam seus luxos e sustentavam o exército, que
ela usava para reprimir o povo. A falta de contato com os europeus vitimou
milhares de pessoas por falta de estrutura e saúde.
Francisco Franco – Diga-me com quem
andas… O Generalíssimo, que controlou a Espanha com mão de ferro de 1939 até
sua morte, alinhou seus ideais políticos com os de Hitler e Mussolini. Chegou
ao poder com uma guerra civil que custou a vida de 500 mil espanhóis e ainda
matou mais 200 mil de fome, após desviar dinheiro para os esforços militares.
Maria I, da Inglaterra – Católica
fervorosa, recebeu o apelido de “Blood Mary” por tratar com crueldade os
cristãos protestantes. Queimou os mais ricos em fogueiras, acusando-os de
heresia, e decretou leis que dificultavam ou extinguiam a prática dessa religião.
Ironia: quando morreu, passou a coroa à meia-irmã protestante, Elizabete.
Nero – O quinto imperador romano
adorava torturar, crucificar ou dar banhos ferventes em cristãos. Também
reservou um pouco de sua loucura para parte de sua família (que ele matou por
pura paranoia, incluindo a mãe), para os romanos (com o famoso incêndio que
durou seis dias, em 64) e até para o apóstolo Paulo (que ele mandou matar).
Ao ler sobre esses você pensa: Ele
esqueceu os maiores! Não esqueci! Coloquei alguns que provavelmente você não
conhecia e aí começa a perceber que não há um tempo especificamente mau, existe
sim o desejo contido em cada ser de colocar sua existência acima de tudo e de
todos. É explicito que toda forma de maldade tem sem propósito em si mesma. Funciona
assim: toda prática do mal tem como objetivo satisfazer o indivíduo, perceba novamente
o artigo definido.
A satisfação está em uma ideia, em
um desejo reprimido, uma combinação de negação e abandono familiar ou em outros
casos sem nenhum motivo, simplesmente a natureza.
O tempo não é mau, o tempo em sim é
uma película interminável que ao rebobinar ilumina o passado, confere ao
presente uma certa mudança mas para, esperando novamente o início da “nova”
história e como toda boa narrativa precisa de eventos e dos personagens sem
eles tudo fica em preto e branco.
O ser humano traz cores, vida e
morte, sem a nossa existência tudo é incipiente – E toda a planta do campo que ainda não estava na terra, e toda a erva
do campo que ainda não brotava; porque ainda o Senhor Deus não tinha feito
chover sobre a terra, e não havia homem para lavrar a terra. (Gênesis 2.5).
Nossa criação “obra principal de Deus” trouxe crescimento, ação e envolvimento.
E é nesse contexto, que o mal, como uma nevoa que corre do véu do tempo,
alcançou os primeiros habitantes e essa nuvem sempre esteve hora, tapando o sol,
outrora dispersado por ele. O mal nunca esteve na criação e sim na criatura.
Aqui já são 749 palavras e
contando... como não somos mais habituados a ler “textões” cheque a seguinte
conclusão, o artigo definido está nela, mas não com a intensão de declarar que
ela não sofrerá alterações durante o desenvolver do filme, mas apenas uma
perícope.
Depois de quinze anos de casamento
três filhos e quarenta de idade comecei a abandonar algumas coisas, apagar
outras, reter certas e desenvolver outras e é assim que encontro algumas
respostas sobre a frase – Vivemos em tempos maus! Digo não! O Mal está em cada
um de nós e precisa ser dilacerado a cada manhã e aprendi isto o com apóstolo
Paulo quando diz: “não mais viver nele, mas sim em Cristo”. Viver uma vida em
Cristo não apaga o mal em nós, mas torna-o inoperante, nosso trabalho é não deixar
que ele se transforme em um câncer.
Então pare de tentar mudar o Mundo
com o Evangelho, deixe primeiro o Evangelho mudar você. Não tente concertar a
perfeição de Deus, é um esforço em vão. Pare olhar para o outro e culpá-lo – Então disse Adão: A mulher que me deste por
companheira, ela me deu da árvore, e comi. (Gênesis 3.12).
Procuro agora inabilitar o mal que
há em mim e deixar que minha cura faça outros também buscar a cura. Não torne o
mundo mau, aceite que você é mau. Assim que,
se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis
que tudo se fez novo. (2 Coríntios 5.17).
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