segunda-feira, 2 de julho de 2018

LIBERTANDO-SE DE UMA CEGUEIRA ESPIRITUAL (Marcos 3.1-6)


Um olho mau contra a maravilhosa obra de Deus, o que pôs fim na miséria humana! Isso mostra o verdadeiro caráter deles, a dureza de seu coração, a superficialidade da espiritualidade daqueles doutores da lei. "Para Deus em ação, essa cegueira no mundo pode ocorrer sempre que algum interesse ou tradição particular, que os homens elevam acima de tudo, é ameaçado"
            Como ilustração disso, lembremo-nos da ausência da igreja na oposição à servidão, nos tempos antigos e modernos. A condição econômica do mundo, bem como dos indivíduos na igreja, poderia ser debilitada se aquela horrenda prática fosse abolida. O dinheiro fecha a boca dos homens; e eles ainda não tinham suficiente desenvolvimento humanitário, quanto menos o espiritual, para ver como era péssima a escravatura. Assim é que hoje em dia muitos fazem do próximo seu "escravo do salário", e muitos crentes são culpados disso.
As vantagens pessoais e o lucro podem transformar os homens assim, e podem eles tornar-se opositores da obra de Deus no mundo. É quase sempre alguma forma de egoísmo que leva os homens a terem uma pequena visão da realidade espiritual e suas operações.
estavam observando..." O imperfeito é usado para indicar um processo contínuo. Seus olhos observavam, enquanto Jesus via o homem aproximar-se dele, chamá-lo para o centro etc. Eram olhos de ódio e inveja, baseados em dogmas deprimentes, cegados pelas tradições, embotados pelo ordinário, bitolados pelas convenções.
Jesus disse ao homem da mão atrofiada: "Levante-se e venha para o meio". (Marcos 3.3)
"Mediante esse ato, Jesus transferiu a atenção dos criticadores para o milagre que ele estava prestes a realizar. Não como um milagre, porém, e, sim, como um caso que envolvia o princípio em disputa, entre ele mesmo e eles, no tocante à cura em dia de sábado" (Gould, in loc.). "Então, com o homem de pé, na presença de todos, Jesus passou a catequizar os que só viam faltas" (Bruce, in loc.).
Depois Jesus lhes perguntou: "O que é permitido fazer no sábado: o bem ou o mal, salvar a vida ou matar? " Mas eles permaneceram em silêncio. (Marcos 3.4)
O argumento de Jesus é irresistível, do ponto de vista espiritual. No entanto, eles pensavam: "Poder-se-ia esperar até amanhã. Este não é um caso de emergência; e, de acordo com a lei, somente casos de emergência podem ser atendidos no sábado". Este versículo é o anúncio de um grande princípio espiritual, mediante o que os absurdos das tradições dos escribas foram postos de lado. Conforme Marcos 2.27, quanto à mesma questão: "O sábado foi estabelecido por causa do homem, e não o homem por causa do sábado". Portanto, sendo o homem a medida do sábado, certamente ele pôde receber cura espiritual naquele dia, o que visará definidamente ao seu benefício. Há um provérbio que diz: "Quanto melhor for o dia, tanto melhor será o feito". Que dia melhor poderia haver para urna cura feita por Deus, do que um dia separado para a honra de Deus?
"[...] salvar a vida ou tirá-la?..." Eles já tinham planejado homicídio em seu coração, e isso em dia de sábado. Não é impossível que Jesus tenha tecido referência, aqui, ao espírito assassino deles, que já estava em processo de desenvolvimento. Jesus estava prestes a curar; e eles estavam prestes a matar (ver o v. 6). Imensos hipócritas! Objetavam a milagres transmissores de vida em dia de sábado, mas, ao mesmo tempo, planejavam a morte de um homem bom. Em certo sentido, as necessidades humanas desconhecem leis. Certamente devem tomar precedência acima da maquinaria eclesiástica e dos preconceitos tradicionais. Jesus reputava o "não curar" com uma omissão temporária, o que era atitude dos escribas. Para ele, seria uma maldade positiva deixar de fazer o bem possível. Esse é um elevado raciocínio espiritual, algo estranho aos oponentes de Jesus. Em todas essas discussões Jesus figura como o emancipador do espírito humano, revelando princípios, ao invés de regras, como guia da conduta humana; e assim libertou todos os homens possuidores de tal atitude, das algemas da moralidade convencional.

Irado, olhou para os que estavam à sua volta e, profundamente entristecido por causa dos seus corações endurecidos, disse ao homem: "Estenda a mão". Ele a estendeu, e ela foi restaurada. (Marcos 3.5)
Então os fariseus saíram e começaram a conspirar com os herodianos contra Jesus, sobre como poderiam matá-lo. (Marcos 3.6)

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