A "palavra da cruz": O Poder de Deus
Paulo afirmou que a “palavra da cruz é loucura
para os que se perdem, mas para nós, que somos salvos, poder de Deus” (1 Co
1.18). Assim sendo, o poder da cruz não reside na sua exibição, mas sim na sua
pregação; e essa mensagem nada tem a ver com o formato peculiar da cruz, e sim
com a morte de Cristo sobre ela, como declara o evangelho. O evangelho é “o
poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê” (Rm 1.16), e não para
aqueles que usam ou exibem, ou até fazem o sinal da cruz.
O que é esse evangelho que salva? Paulo afirma explicitamente: “venho
lembrar-vos o evangelho que vos anunciei... por ele também sois salvos... que Cristo
morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado, e
ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras” (1 Co 15.1-4). Para
muitos, choca o fato do evangelho não incluir a menção de uma cruz. Por quê?
Porque a cruz não era essencial à nossa salvação. Cristo tinha que ser
crucificado para cumprir a profecia relacionada à forma de morte do Messias (Sl
22), não porque a cruz em si tinha alguma ligação com nossa redenção. O
imprescindível era o derramamento do sangue de Cristo em Sua morte como
prenunciado nos sacrifícios do Antigo Testamento, pois "sem derramamento
de sangue não há remissão" (Hb 9.22); “é o sangue que fará expiação em
virtude da vida” (Lv 17.11).
Não dizemos isso para afirmar que a cruz em si é insignificante. O
fato de Cristo ter sido pregado numa cruz revela a horripilante intensidade da
maldade inata ao coração de cada ser humano. Ser pregado despido numa cruz e
ser exibido publicamente, morrer lentamente entre zombarias e escárnios, era a
morte mais torturantemente dolorosa e humilhante que poderia ser imaginada. E
foi exatamente isso que o insignificante ser humano fez ao seu Criador! Nós
precisamos cair com o rosto em terra, tomados de horror, em profundo
arrependimento, dominados pela vergonha, pois não foram somente a turba sedenta
de sangue e os soldados zombeteiros que O pregaram à cruz, mas sim nossos
pecados!
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